Balanço musical 2014 – top-50 músicas (50-41)

Não, não estamos em Outubro, em Novembro ou em inícios de Dezembro. Estamos nos últimos dias do ano e, como tal, esta é a verdadeira altura para balanços. Aqui está a primeira parte do top-50 dos melhores temas editados em 2014. Uma escolha pessoal, sem grandes critérios objectivos e que começa assim:

50. Ibibio Sound Machine – The Talking Fish

Começamos com um funkzinho digital. Não daquele kitsch que por aí anda. Mas mais orgânico, com um toque afro e uma vertente alienígena. Encarando o psicadelismo pelos cornos, está aqui um irresistível tema anglo-nigeriano.

49. Yann Tiersen – Ar Maen Bihan

Uma voz misteriosa, umas cordas e uns sinos sombrios, uma claustrofobia crescente. Um exemplo magnífico do ecletismo da carreira de Yann Tiersen. Voltará no mood “celebração colectiva num dia de Inverno”.

48. Liars – Mess on a Mission

Barulho, muito barulho, que barulhentos são os Liars. São e continuam a sê-lo para certos ouvidos. Mas aqui conseguem um improvável e vibrante single, sem abdicarem um pó do seu som. “Facts are fact and fiction’s fiction”…

47. Lana Del Rey – West Coast

Não é engano e haverá muita coisa de Ultraviolence intragável. Mas quando, em vez das apoteoses insuportáveis da pop teenager, a sensualidade inicial de “West Coast” dá lugar a um anti-refrão melancólico e nocturno (à Bat For Lashes), Lana mostra, como no dueto de 2012 com Bobby Womack, que não é bem só mais uma.

46. Angel Olsen – Forgiven-Forgotten

Distorção e som sujo poderiam torná-lo apenas em mais um tema de rock lo-fi. Mas depois há a voz de Angel Olsen e o refrão (ou algo próximo) a gritar ao mundo sobre os receios e as angústias deste amor. Um tema curto, sobre o esquecimento, num disco que marcou o ano folk.

45. Chromeo – Sexy Socialite

Descartável e na fronteira do bom-gosto. No fundo, como alguma da melhor pop. A odisseia sexual dos Chromeo, com os devidos travos funky canastrões e uma voz feminina profundamente matreira, foi um dos temas mais dançáveis de 2014. Voltaremos a este registo… com alegria.

44. Wild Beasts – Sweet Spot

Há uns toques mais etéreos no novo disco dos britânicos Wild Beasts. E há-os na perfeição neste “Sweet Spot”, capaz de vencer alguns cépticos perante os trejeitos vocais e os falsetes de Hayden Thorpe (com um indesejável vestígio à Duran Duran). Eles voltarão num lugar ligeiramente mais doce…

43. Amen Dunes – Love

Todos os anos, estas listas incluem viagens ao interior da América profunda. Viagens com um som próprio, que salta do country convencional. Em 2013, tivemos, por exemplo, “A Song For Zula”, de Phosporescent. Em 2014, temos esta proposta de McMahon. Dois temas liricamente diferentes sobre a solidão, duas grandes canções.

42. Swans – Screen Shot

http://vimeo.com/102379147

Esta é, em teoria, a banda-sonora do apocalipse. Tem um pulsar catártico comum, com as devidas diferenças, a algumas coisas dos Tool (e como convencem os ateus da música pesada). Mas depois olhamos para a letra: “No pain, no death, no fear, no hate…”. Ou ainda: “Love, now. Breath, now. Here, now”. Amemos então. E passemos à acção.

41. Xinobi – Mom & Dead

A Discotexas continua a marcar pontos. Em vez da apoteose dançável, em vez da electro-pop alegre, o registo é aqui mais lento. Faz lembrar o one hit wonder “Goodnight Moon”, de Shivaree (e isto é um elogio). Pega nessa sensualidade mais misteriosa e leva-a, com classe, até ao disco. E, seja em que registo for, o resultado é um belo single.

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